Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda, qual bandeiras agitadas
Pareciam estranho festival!
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua, furando o nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas os astros, distraída,
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão
Silvio Caldas
Meus amores do colégio Mercúrio, esse poema e também música foi o mote inspirador para o tema Chão de Estrelas, festival de poesias de nosso colégio. Após ler com atenção, procure o significado das palavras rebuscadas e não mais usadas atualmente, para que assim possa entender o poema. Responda as seguintes questões:
a) O eu lírico usa figuras de linguagens para representar sua condição social. Cite duas delas:
b) Analise e escreva o que o poeta quis dizer com esses versos: A porta do barraco era sem trinco/Mas a lua, furando o nosso zinco/Salpicava de estrelas nosso chão.